quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Ultrasson com doppler colorido

Mais uma vez a doutora veronica soares investe na tecnologia para um melhor conforto e atendimento personalizado, agora com o Ultrasson doppler colorido.
Um dos exames mais requisitados pelos obstetras, a ultra-sonografia ou ultra-som é fundamental para quem deseja ter uma gestação segura e ficar consciente de tudo o que se passa com o bebê. Do equipamento mais simples ao mais moderno, com visualização em três dimensões, ou mesmo em 4D, a utilização do ultra-som é, aqui, esmiuçada pela doutora veronica soares. Confira:


1 ) A partir de quantas semanas de gestação é possível identificar alguma imagem do bebê?

É possível identificar o embrião a partir de cinco semanas ou cinco semanas e meia, quando o ultra-som é realizado pela via transvaginal, ou seis semanas, quando realizado pela via suprapúbica. Vale lembrar que as semanas são contadas a partir da data da última menstruação e não da data da concepção. Nessa fase, o embrião mede apenas alguns milímetros e já se identifica seu batimento cardíaco. Alguns dias antes de ver o embrião, podemos identificar o saco gestacional e a vesícula vitelina.

2) Qual é o número ideal de exames de ultra-som a serem feitos durante a gestação?

Não há número ou época ideal. Os exames são pedidos pelo obstetra, conforme a necessidade em cada gestação. Supondo uma gestação normal, o “mínimo” necessário seria um exame no primeiro trimestre (onde temos a oportunidade de medir a translucência nucal, se for realizado entre a 11ª e a 14ª semanas), um exame no segundo trimestre, que permite uma boa avaliação morfológica (geralmente entre a 20ª e a 24ª semanas), e um ultra-som no terceiro trimestre para revisar a morfologia e principalmente para acompanhar o crescimento, a quantidade de líquido amniótico e o aspecto da placenta.

3) Quando e por que ele é associado à translucência nucal?

O exame de ultra-som, para a avaliação da translucência nucal, tem que ser realizado entre a 11ª e a 14ª semanas. É um exame de rastreamento de cromossomopatias (alterações genéticas) que têm como exemplo a síndrome de Down (trissomia do cromossomo 21), entre outras. É realizada uma medida da região da nuca do bebê. Essa medida pode estar aumentada em bebês que têm alterações cromossômicas. Portanto, é um exame de rastreamento e não um exame de diagnóstico. Ele seleciona as pacientes que teriam indicação de estudo do cariótipo (colhido por punção do líquido amniótico – amniocentese ou punção do vilo corial, ambas para a obtenção de células fetais).

4) Qual destes exames é o mais importante?

Todos os três exames são importantes. O primeiro exame confirma a gestação, identifica o local da implantação, determina a idade gestacional e pode ainda medir a translucência nucal. O segundo exame também determina a idade gestacional, avalia o crescimento e principalmente a morfologia fetal. O terceiro exame avalia o crescimento, a quantidade de líquido e a placenta, e revisa a morfologia. Tudo isso pode ser avaliado também no segundo trimestre, mas patologias típicas do terceiro trimestre podem levar a alterações de líquido e da placenta, daí uma maior importância nesta fase.

5) Há um número máximo de ultra-sonografias permitido ou recomendado?

A recomendação continua sendo do médico obstetra. Não há limite máximo de exames de ultra-som, porém não deve haver abuso. Há trabalhos demonstrando um aumento da temperatura do local examinado, porém sem efeitos deletérios comprovados.

6) No ultra-som comum é possível detectar doenças do feto? Que tipo de doenças?

Há vários tipos de malformações estruturais detectáveis pelo ultra-som. Seria impossível listar todas. Como exemplo, podemos citar a alterações do encéfalo (anencefalia ou ausência do cérebro), alterações da coluna vertebral (mielomeningocele), alterações da face (fenda labial), alguns tipos de malformações cardíacas, malformações da parede abdominal, de órgãos internos ou dos membros.

7) Quando se recomendam ultra-sonografias mais sofisticadas?

Há patologias da gestação que necessitam avaliação do fluxo útero-placentário e do fluxo feto-placentário, onde há necessidade de avaliação com o Doppler. O ultra-som 3D permite mais detalhes da anatomia da superfície e pode ser indicado em casos de malformações.

8) Quais os tipos mais modernos disponíveis hoje no Brasil?

O ultra-som com Doppler é indicado para avaliação da circulação da mãe para o bebê e avaliação do fluxo nos vasos internos do bebê. É importante em casos de diabetes, hipertensão, retardo do crescimento fetal, entre outras. O ultra-som 3D permite a avaliação em três dimensões das estruturas fetais, principalmente da anatomia de superfície, como por exemplo a face. Auxilia o ultra-sonografista e o obstetra na detecção e compreensão de algumas malformações, em complementação com o ultra-som 2D (convencional). Permite aos pais uma melhor visualização da face do bebê. Há também o ultra-som em tempo real, também chamado de 4D.

9) Quantos exames a mais uma grávida de alto risco deve fazer?

A gestante de alto risco necessita de acompanhamento de perto do seu obstetra. O ultra-som é um complemento do exame clínico e fica a critério do obstetra. É possível que a gestante de alto risco faça alguns exames a mais e o Doppler teria indicação no acompanhamento dessas gestantes.

10) Há chances de um bebê que fez um rigoroso acompanhamento com ultra-som nos aparelhos mais modernos vir a nascer com malformação não identificada no exame?

Sim. O ultra-som tem sensibilidade por volta de 85% na detecção de malformações estruturais. Há malformações muito discretas, de difícil identificação, além de limitações inerentes ao método, à posição fetal etc.

11) Lábio leporino é descoberto em ultra-som?

O lábio leporino ou fenda labial pode ser identificado pelo ultra-som. Já as fendas palatinas (no céu da boca), que podem acompanhar as fendas labiais ou podem ocorrer isoladamente, são de difícil diagnóstico pelo exame de ultra-som.

12) Há casos em que esse exame pode indicar tratamentos ainda no útero ou cuidados especiais logo após o nascimento?

Sim. Há intervenções que podem ocorrer intra-útero como as transfusões sangüíneas, derivações(ventriculares, renais), punções de líquido amniótico, com finalidade terapêutica. Fetos portadores de malformações cardíacas graves devem nascer em um centro de referência onde exista UTI neonatal, cardiologistas pediátricos e cirurgiões cardíacos, aptos para atender o recém-nascido cardiopata. Desse atendimento depende a sua sobrevida. Daí a importância de um correto diagnóstico ultra-sonográfico, para a orientação da gestante que tem um feto doente.

13) A partir de quando dá para visualizar o sexo do nenê? Quatro meses completos?

O sexo genético é determinado no momento da concepção, mas a genitália externa, tem sua diferenciação entre a nona e a 12a semana. O ultra-som permite a identificação adequada da genitália externa, entre a 15a e a 16a semana de gestação, lembrando que vai depender também da posição do bebê.

14) Por que, às vezes, não dá para saber o sexo do bebê ?

Dependendo da posição do bebê, não conseguimos uma avaliação adequada da genitália. Alguns bebês ficam “sentados” sobre as pernas, ou pernas cruzadas, o que dificulta ou impossibilita a avaliação da genitália.

15) O sexo masculino é mais difícil de definir no ultra-som?

Não. A genitália masculina e feminina têm características diferentes, mas não há uma mais difícil que a outra. Há quem afirme que o cordão umbilical poderia ser motivo de confusão, mas ele tem características bem diferentes.

16) Como deve se a preparação para o exame nas diferentes fases da gestação?

No primeiro trimestre, é necessário beber de quatro a cinco copos de água uma hora antes do exame. Isso não é necessário depois da 12a semana. Para o ultra-som transvaginal é necessário estar com a bexiga vazia. Durante o exame é utilizado gel, para transmitir as ondas sonoras através da pele e facilitar o deslizamento do transdutor.

17) Dói ou provoca algum tipo de desconforto para a mãe e/ou o bebê?

Não. O ultra-som é indolor. O desconforto é a mãe ficar de barriga para cima durante a realização do exame, que pode ser incômodo no final da gestação.

18) Em 2001, um estudo publicado na revista New Scientist revelou que os exames de ultra-sonografia na gravidez expõem o feto a sons tão altos quanto os produzidos por um trem de metrô. É verdade mesmo?

Não há comprovação. Esse estudo é pré-clínico, não concluído e não foi apresentada a metodologia utilizada na sua realização. O que se sabe, hoje, é que as ondas emitidas pelo aparelho de ultra-som não são audíveis ao ouvido humano e não seriam para o feto. Também observamos que o feto muitas vezes não esboça nenhum movimento depois do início do exame do ultra-som, permanecendo quietinho. Se escutasse um som tão intenso como o de um trem, por exemplo, certamente esboçaria mudanças na movimentação e freqüência cardíaca. Na cardiotocografia que utiliza estímulo sonoro (buzina), identificamos um aumento na movimentação fetal e na freqüência cardíaca, durante e após o estímulo.

19) Há médicos brasileiros que dizem que o exame não afeta a audição do bebê, isso é verdade?

Há muitos estudos já realizados e outros ainda em andamento a respeito dos efeitos nocivos do ultra-som. Não há comprovações até o momento, a não ser um aumento de temperatura que não seria deletério. A recomendação é que se realize somente o número de exames necessário, abreviando o tempo de exame e de utilização do Doppler, para o mínimo necessário para o diagnóstico preciso, sem abusos, principalmente durante a fase embrionária (início da gestação) quando há diferenciação das células e diversos tecidos e órgãos.

20) O ultra-som é um método seguro?

Sim, pelas razões acima expostas e por não haver nenhum estudo comprovado sobre os efeitos nocivos.

21) O exame tem contra-indicações? Quais?

Não, não há contra-indicações.

22) O ultra-som para gravidez gemelar tem alguma diferença?

Não, é o mesmo exame, porém o tempo de exame aumenta, dependendo do número de fetos a ser estudado.

23) Um ultra-som pode “errar”, isto é, acusar algum problema inexistente?

Sim, qualquer procedimento que depende de um operador pode apresentar falhas, assim como um cirurgião pode errar durante uma cirurgia.É recomendável que uma malformação diagnosticada possa ser confirmada por outro ultra-sonografista especializado na área de Medicina Fetal.

24) Por que é bom que o pai esteja presente?

O pai deve participar da gestação, inclusive das consultas e exames de ultra-som, mas essa participação vai depender de cada casal.

25) Vale a pena gravar o ultra-som?

A principal razão que as gestantes querem gravar o exame é a afetiva. Mas as gravações também podem ser utilizadas para fins de discussões científicas. Há síndromes fetais complexas, onde a discussão com outros colegas especialistas é de grande valia, para chegar a um diagnóstico preciso e determinar o prognóstico daquele bebê afetado.

3 comentários:

Unknown disse...

Meus parabéns pelo blogger.
Esta muito bonito .
Beijos.
Wilma.

Rebeka Abreu disse...

Graças a Deus que encontrei a Drª Verônica!! Uma profissinal com todo o direito de fazer uso da palavra...super competente e atenciosa.
Parabéns, Drª!!

Unknown disse...

Interessante!